A primeira informação que deve ficar clara é que Design Thinking não é uma metodologia, e sim uma abordagem. Isso porque, quando pensamos em método, criamos a expectativa de ter às mãos uma fórmula matemática que se aplique indistintamente em qualquer situação.
Não é o caso.
É uma abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva e colaborativa, em uma perspectiva de empatia máxima com seus stakeholders (interessados):
As pessoas são colocadas no centro de desenvolvimento do produto – não somente o consumidor final, mas todos os envolvidos na ideia (trabalhos em equipes multidisciplinares são comuns nesse conceito).
Quer saber mais sobre Design Thinking? Acesse:
Ferramentas DesignThinking: 25 técnicas para o dia a dia – Parte 1
Abordagem Design Thinking
O processo consiste em tentar mapear e mesclar a experiência cultural, a visão de mundo e os processos inseridos na vida dos indivíduos, no intuito de obter uma visão mais completa na solução de problemas.
Dessa forma pode-se melhor identificar as barreiras e gerar alternativas viáveis para transpô-las.
Não parte de premissas matemáticas, parte do levantamento das reais necessidades de seu consumidor.
Trata-se de uma abordagem preponderantemente “humana” e que pode ser usada em qualquer área de negócio.
A razão de sua existência é a satisfação do cliente (interno ou externo), dádiva que só pode ser alcançada quando conhecemos em profundidade suas necessidades, desejos e percepções de mundo.
Etapas do Design Thinking
1- Identificar onde encontrar oportunidades de inovação
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.
Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.
Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.
Este é um trecho de “A Arte da Guerra”, do filósofo chinês Sun Tzu, e que diz muito sobre o ponto que estamos abordando.
Descobrir onde encontrar caminhos para inovar envolve conhecer a si mesmo e ao ambiente externo.
Conhecer seus pontos fortes, as fragilidades da concorrência, as condições macroeconômicas, etc. Análise SWOT, benchmarking, pesquisas de mercado e reuniões multidisciplinares te conduzirão às respostas para esse ponto.
2- Descobrir a Oportunidade de Inovação
Consequência direta do ponto anterior, aqui, pesquisas qualitativas e trabalho com soluções de Big Social Data podem indicar, muito além do setor, qual é, de fato, a oportunidade que o mercado desenha ao seu negócio.
3- Desenvolver a Oportunidade de Inovação (Produto ou Serviço)
O Design Thinking começa a tomar corpo nessa etapa.
Aqui, iremos desenvolver o produto ou serviço partindo, não de pressuposições ou análises estatísticas frias (algo comum no mercado), mas a partir das necessidades e percepção de valor do cliente.
Nesta etapa, poderemos lançar mão do Processo Heurístico para descobrir o diagnóstico e o Processo Criativo para gerar as possibilidades de produtos.
4- Testar as ideias — protótipos
Um MVP – Minimum Viable Product é uma bela dica do que se pode fazer nesse item.
Para quem não sabe, MVP (muito usado em startups) é a versão mais simples de um produto, que pode ser lançada em período de testes, para verificar, sem grandes gastos, se sua ideia realmente atinge as necessidades do seu consumidor final.
5- Implementar a solução
Após testes com respostas positivas acerca de seu produto, ele já está pronto para ser lançado “aos leões”.
É importante entender que o processo de desenvolvimento do produto é contínuo e incremental, ou seja, sua ideia irá ser melhorada permanente através um processo de copartipação entre todos os seus stakeholders (clientes, fornecedores, colaboradores internos, etc.).
Como aplicar as práticas na minha empresa?
O design, em suas concepções primárias, era focado muito mais na arte do que na razão pela qual esta havia sido criada.
Ocorre que, muitas vezes, o desenho não solucionava o problema do produto.
Pior do que isso, às vezes, nem o produto solucionava o problema do cliente.
Exemplos práticos
Equipe de vendas
- Os times comerciais podem utilizar técnicas dessa abordagem para desenvolver uma capacidade superior de enxergarem “com os olhos dos clientes” e, por meio disso, criarem estratégias mais poderosas de persuasão;
Núcleo estratégico
- A análise preditiva consiste em encontrar padrões no passado que possam ser repetidos no futuro.
Ao invés de buscar o retrovisor para definir o caminho a ser seguido, o design thinking pode auxiliar os gestores a encontrarem soluções totalmente inovadoras, sem voltar os olhos para o passado, mas para as expectativas e desejos atuais do consumidor final.
Brainstorm
- Etapas de interrogatório, ideação e prototipação podem auxiliar no processo criativo
Com pôde ser observado, esta é uma ferramenta de inovação na solução de problemas, uma poderosa estratégia de gestão criada a partir das salas de reuniões de agências de publicidade no intuito de promover uma experiência mais completa para as pessoas, seja de ordem emocional, estética ou cognitiva.
Sua perspectiva pragmática e humana tira o processo criativo da esfera puramente artística e o leva para um cenário funcional, o que torna possível aplicá-lo em diversas áreas corporativas com resultados muito mais sólidos e assertivos.
Afinal, o objetivo máximo de uma empresa é alcançar o coração do cliente da forma mais profunda possível
Ou como dizia um tal de Steve Jobs:
Design is not just what it looks like and feels like. Design is how it works!.