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Fases de um projeto – As 5 etapas e suas características

O gerenciamento de um projeto vem acompanhado de grandes desafios e com o objetivo de minimizar tais desafios. Assim, projetos são normalmente divididos...
HomeProjetosPMIGerenciamento de riscos - Introdução e Contextualização

Gerenciamento de riscos – Introdução e Contextualização

Este é nosso primeiro de uma série de posts sobre a Área de Conhecimento Riscos que falará especificamente sobre o Gerenciamento de Riscos em Projetos e pretendemos abordar com um pouco mais de profundidade em relação aos conteúdos disponibilizados.

Nossa intenção é fornecer aos nossos leitores mecanismos úteis e viáveis que nos possibilitem realizar, de forma correta, todo o Gerenciamento dos Riscos do nosso projeto, minimizando ao máximo a possibilidade de fracasso do mesmo.Os posts estarão assim classificados:

Quer saber mais sobre riscos? Acesse também:

Identificação de riscos no gerenciamento de projetos
Análise qualitativa de riscos no gerenciamento de projetos
Estrutura Analítica de Riscos – Saiba porquê e quando usar

Gerenciamento de riscos em projetos

Mudanças sistemáticas, quebra de paradigmas e a constante necessidade de criação de novos modelos de negócios estão presentes na moderna economia em que vivemos.

Junto a estes fatores encontramos ainda a dificuldade do governo em realizar investimentos, empreendimentos e projetos de grande porte.

Empreendimentos como tais possuem, na sua maior parte, uma grande quantidade de Stakeholders que devem ser cuidadosamente gerenciados para que se disponibilize a informação certa, na hora certa e para a pessoa certa com a qualidade esperada.

Desta forma o Gerenciamento de Riscos em projetos passa a ter papel fundamental e cada vez mais importante.

Histórico

Todos nós, crianças, jovens, adultos e idosos sofremos, diariamente, diferentes intensidades e naturezas de riscos. O simples fato de cedo levantarmos da cama para ir ao trabalho ou para a escola nos coloca em uma posição voluntária de correr riscos.

  • Os homens pré-históricos levavam uma vida curta e brutal;
  • Os antigos gregos e romanos eram expostos a riscos na busca por alimentos;
  • Gregos e Babilônicos sofriam de guerras e doenças;
  • Os vikings viajavam em embarcações da Escandinávia a Inglaterra;
  • A Revolução Industrial na Inglaterra trouxe riscos ainda desconhecidos;
  • Mais recentemente, os mercados financeiros e seguros são indústrias altamente arriscadas.

Segundo Littré (1863, apud Vesper, 2006):

A palavra risco tem suas raízes na palavra risque do francês medieval, que significava “perigo com chance de ocorrer”.  A palavra inglesa hazard é traduzida como “acaso” ou mesmo “risco”.

Incertezas

Nossas decisões são tomadas normalmente as associando ao risco que percebemos estarem associados ao que vamos decidir.

No gerenciamento de riscos em projetos utilizamos o termo “percepção de risco” porque, apesar do risco poder ser classificado qualitativa e quantitativamente, o que realmente importa e prevalece é a nossa percepção sobre o mesmo.

Segundo Frank Knight (1921:20):

O conceito de incerteza deve ser considerado num sentido radicalmente distinto de risco, do qual nunca se separou […]. O fato essencial é que risco significa, em vários casos, algo passível de mensuração, ou uma incerteza mensurável […].

Para Meyer, Loch e Pich (2002) existem 4 tipos de incertezas descritas abaixo:

Variabilidade

  • Incertezas provenientes de pequenas influências conduzindo atividades específicas a um intervalo de variação.

Incertezas previstas

  • São incertezas identificáveis onde não se possui muitas informações sobre a mesma e exigem um cuidado bem maior em relação a Variabilidade. São conhecidas como known unknowns.

Incertezas imprevistas

  • São incertezas que não podem ser identificadas, seja pela falta de consciência de que possam ocorrer ou então por serem consideradas altamente improváveis que surjam. São conhecidas como unknown unknowns.

Caos

  • Comparando-o com as incertezas imprevistas que são associados a objetivos e metas moderadamente estáveis, o Caos não se encontra ligado a nada. São incertezas em que os resultados podem sequer acontecer ou totalmente fora do que se esperava.

Todo risco é uma incerteza, mas nem toda incerteza é um risco.

De acordo com a figura abaixo, clássica no gerenciamento de riscos em projetos, podemos identificar que o paradigma atual do Gerenciamento de Riscos encontra-se no quadrante 1, descartando os quadrantes 3 e 4 pois não representam consequências relevantes para o projeto e o 2 com incertezas desconhecidas, porém com consequências relevantes.

gp4us - Gerenciamento de Riscos

Definição de risco

De acordo com Raz e Hillson (2005):

Não existe consenso na literatura com relação à definição do termo risco em Gerenciamento de Projetos.

Desta forma utilizaremos as 3 abordagens pregadas pelos autores:

  • São eventos incertos que tem somente efeito negativo no projeto;
  • São eventos incertos que podem ter tanto efeito positivo (oportunidade) quanto negativo (ameaça) no projeto;
  • São eventos incertos que tem efeitos no projeto.

Para o PMI:

Risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto como escopo, prazo, custo e qualidade.

Ainda para esta organização, Riscos estão ligados diretamente às Premissas e Restrições do projeto.

Ou seja, se o projeto não possuísse nenhum tipo de premissa ou restrição (definição do escopo, orçamento e qualidade do produto a ser entregue), poderíamos aceitar quantas incertezas fossem necessárias para o projeto e mesmo assim hão haveria risco.

gp4us - Gerenciamento de Riscos

Riscos em projetos

Ao trabalharmos com os conceitos sobre o gerenciamento de riscos em projetos algumas características únicas que o tornam arriscados devem ser levadas em consideração.  Dentre elas:

Unicidade

  • Projetos são únicos, ou seja, possui elementos ainda não desenvolvidos anteriormente o que aumenta a incerteza sobre os mesmos.

Complexidade

  • Projetos são muito mais complexos do que simples listas de verificação.

Premissas e restrições

  • Ambas podem mostrar-se errôneas no final do projeto ou mesmo não identificadas no início do projeto.

Pessoas

  • São as pessoas que conduzem os projetos, incluindo o Gerente de Projeto, a Equipe do Projeto, Fornecedores, Clientes e muitos outros. Pessoas possuem comportamentos imprevisíveis, produzindo riscos para o projeto.

Stakeholders

  • Grupo de pessoas interessadas que possuem diferentes expectativas, muitas vezes conflitantes em relação ao projeto.

Mudança

  • Projetos são agentes de mudança cujo objetivo é mover a organização do estado atual para o desejado, ou seja, do presente certo para o futuro incerto.

Componentes de risco

O importante para um gerente qualquer o importante é administrar corretamente os riscos que afetam positivamente (oportunidades) ou negativamente (ameaças) um projeto questionando Quais os riscos do meu projeto ?

Já o patrocinador do projeto não está interessado em saber quais os riscos do projeto e sim qual O Risco do projeto como um todo questionando Quão arriscado é o meu projeto ?

Isto posto podemos identificar os 3 elementos que compõem um risco. São eles:

O evento em si

  • Está associado a causa raiz do risco, ou seja, a sua fonte geradora e ao efeito do mesmo, ou seja, suas consequências.

A probabilidade

  • Corresponde a probabilidade de ocorrência do risco identificado.

O impacto

  • Indica o impacto causado no projeto. Se o risco não causa impacto então deve ser tratado apenas como uma incerteza e não como um risco.

Geralmente algumas ações são tomadas se baseando apenas nas causas, ou seja, sua probabilidade de ocorrência que é altamente desaconselhável pois causa e efeito andam juntos.

Tipos de riscos

Para Hall e Hulett (2002):

Vários riscos afetam e envolvem os projetos e é necessário conhecer sua tipologia para que possamos identificá-los corretamente.
É preciso inicialmente, entender de forma ampla o que devemos ter em mente quando gerenciamos um empreendimento.

Ambientais

Estão associados ao ambiente externo do projeto. Nada pode ser feito por serem difíceis de serem identificados e controlados via Plano de Contingência.

Internos

Estão associados ao ambiente interno da organização. Entre eles identificamos a cultura e o clima organizacional, processos administrativos internos e a política de gestão de pessoas, dentre outros.

Tecnológicos

Estão associados à tecnologia e processos utilizados no projeto, tais como tecnologias imaturas ou mesmo complexas.

Operacionais

São os riscos associados às próprias áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos, tais como um cronograma irrealista, um orçamento mau elaborado ou mesmo um escopo mau especificado e que não condiz com a realidade.

Para entender melhor o processo de identificação de riscos não deixe de ler também nosso artigo sobre EAR – Estrutura Analítica de Riscos – Por quê usar ?

Percepções individuais

No gerenciamento dos riscos do projeto nossas percepções são estritamente subjetivas, ou seja, cada um de nós associa diferentes níveis de riscos a um mesmo evento e, consequentemente, a forma de gerenciá-los.

Para Adler (2002):

Entender como os stakeholders percebem os riscos em projetos e quais as suas atitudes em relação a eles é fundamental para uma efetiva comunicação da gerência com as partes interessadas.
Diferentes culturas também influenciam o modo como organizações percebem os riscos de projetos e a forma de gerenciá-los.

As atitudes das pessoas variam em relação à tolerância a riscos partindo do conceito de aversão a riscos (RISK AVERSION) onde as pessoas sentem-se totalmente desconfortáveis com a incerteza a ela associada.

Por outro lado existem pessoas classificadas dentro da faixa de tolerância a riscos (RISK TOLERANT). Aqui não existe uma resposta planejada aos possíveis riscos existentes.

Por fim, encontramos pessoas com propensão ao risco (RISK SEEKING) quando se procura o risco em busca de maior grau de utilidade ou bem-estar.

Modelos para gestão de riscos

Vários são os modelos hoje existentes no mercado possíveis de serem utilizados e aplicados para o Gerenciamento de Riscos.

De modo geral todos os modelos de gerenciamento de riscos em projetos apresentam metodologias semelhantes, ou seja, identifica-los, avalia-los, trata-los, controla-los e monitorá-los. A tabela abaixo apresenta as fontes e os processos de cada um deles:

gp4us - Gerenciamento de Riscos
FonteProcessos de Gerenciamento
GREAT BRITAIN. Office of Government Commerce. Prince (2002) Identificação;
Avaliação;
Identificação de respostas adequadas;
Seleção de respostas para o tratamento;
Planejamento das respostas;
Monitoramento e comunicação.
Smith e Merrit (2002) Identificação
Análise;
Mapeamento e priorização; Resolução;
Monitoramento.
PMI® (2013) Planejamento do Gerenciamento;
Identificação dos riscos;
Análise qualitativa;
Análise quantitativa;
Planejamento das respostas;
Monitoramento e controle.
ABNT (2006) Identificação;
Avaliação;
Tratamento;
Controle.

Aprofundando o detalhamento sobre os processos do PMBOK® (PMI®, 2013) temos:

Planejamento do Gerenciamento do Risco

Onde tomamos a decisão de como abordar e planejar o gerenciamento dos riscos em projetos;

Análise qualitativa

Onde é realizada uma análise qualitativa dos riscos para avaliar seus efeitos nos objetivos do projeto e priorizá-los;

Análise quantitativa

Onde medimos a probabilidade e consequência, estimando suas implicações nos objetivos do projeto;

Planejamento da resposta ao risco

Onde elaboramos e implementamos os procedimentos e técnicas para reduzir as ameaças e reforçar as oportunidades aos objetivos do projeto;

Monitoramento e Controle

Onde monitoramos os riscos residuais, identificamos novos, executamos o plano de redução dos riscos e avaliamos sua eficácia durante todo o ciclo de vida do projeto.

E agora

O gerenciamento dos riscos do projeto correspondem a um conjunto de ações que devem ser trabalhadas juntas e continuamente. 

Assim, continue o estudo sobre Riscos em Projetos lendo o artigo Planejamento e Identificação de Riscos em Projetos.

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Referências

  • Gerenciamento de Riscos em Projetos – FGV Management – 3º Edição;
  • PMI.Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK® 5ª ed. –EUA:Project Management Institute, 2013

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