Um dos princípios do Prince2 é a existência de Papéis e Responsabilidades bem definidos (terceiro princípio). Isso permitirá clareza, não apenas no aspecto do “quem irá fazer o quê”, mas também dá clareza em relação a “quem RESPONDE” pelo que.
Isso se alinha às abordagens ágeis que também incluem clareza em relação aos Papéis e Responsabilidades, porém não há clareza em relação à responsabilização.
Outro princípio importante é o tailoring, o que significa que existe a necessidade de efetuar adaptações à metodologia que é empregada na empresa para as necessidades do projeto.
Isso significa, também, que você também deverá efetuar adaptações nos papéis e responsabilidades. Po a responsabilização específica sempre deverá existir (exemplo: alguém deverá ser responsabilizado, claramente, pelo sucesso e pelo fracasso do projeto).
O Livro Prince2 Agile
No livro não há um direcionamento único, ou direto, para a atribuição das responsabilidades em um ambiente ágil, mas fornece algumas possibilidades de estruturação de equipe (trata-se inclusive de um alinhamento ao sétimo princípio do PRINCE2 – adequar ao ambiente do projeto).
Uma das discussões recorrentes em grupos de discussão é a existência, ou não, do Gerente de Projetos num ambiente ágil e limites de responsabilidade.
No Prince2 Agile a figura do Gerente de Projetos (GP), assim como do Gerente de Equipe Especialista (GEE), continuam presentes, porém com adaptações em suas atribuições.
Isso porque entende-se como sendo importante sua participação e suas atribuições como por exemplo a interface com o Comitê Diretor do Projeto, ou Gerente de Programa para o caso do Projeto estar sob a tutela de um Programa.
É deixado claro, porém, a necessidade do Gerente do Projeto e do Gerente de Equipe Especialista em compreender a forma de se trabalhar em um ambiente ágil. Isso pode não ser muito agradável para os agilistas mais ortodoxos.
O Gerente de Equipe Especialista, muitas vezes, pode fazer o papel do Scrum Master. Em um projeto pequeno e que o GP domina o ambiente técnico, ele pode fazer o papel do Gerente de Equipe Especialista, e também pode fazer o papel de Scrum Master.
Novamente, não há um direcionamento único ou alguma imposição do tipo: tem que ser assim e pronto! O princípio tailoring precisa existir.
A figura 1 mostra como seria uma situação desejável, enquanto a figura 2 mostra uma configuração possível.
Configuração Desejável – Agile Figura 1 | Configuração possível – Fonte PRINCE2 Figura 2 |
O livro PRINCE2 Agile fornece também papéis genéricos que podem ser utilizados, se necessário:
- Customer Subject Matter Expert (CSME);
- Customer Representative (CR, que geralmente está fora da equipe de entrega);
- Supplier Subject Matter Expert (SSME);
- Supplier Representative (SR, que geralmente está fora da equipe de entrega);
- Delivery Team Quality Assurance (QA).
Esses papéis genéricos foram definidos por que, na prática, eles existem de fato em muitos projetos, porém sem uma clareza em sua abrangência de responsabilidade e responsabilização.
Dessa forma, o livro acaba dando clareza para o caso de uma organização achar interessante utilizá-los.
A figura 3 apresenta a possível estruturação com apenas uma equipe, enquanto a figura 4 apresenta a possível estruturação com diversas equipes. Note que as equipes não, necessariamente, devem ser dedicadas a um único projeto.
Assim, possibilita uma melhor estruturação da equipe de acordo com a necessidade organizacional.
Equipe única – Agile Figura 3 | Equipe múltipla – PRINCE2 Figura 4 |
Vídeo aula
https://www.youtube.com/watch?v=GUC1ytTJKOM
Conclusão
O livro PRINCE2 Agile enfatiza a necessidade das equipes conhecerem a forma ágil de se trabalhar, reafirma os princípios fundamentais do PRINCE2 e dá clareza em diversas possibilidades de estruturar uma equipe PRINCE2 em um ambiente ágil de trabalho.
Reafirma a necessidade da existência do papel do Gerente de Projetos e como seria as diversas possibilidades de configuração dado diversos tipos de projetos.