Já falamos muitas vezes sobre o que é Design Sprint e já explicamos por que realmente acreditamos que é um método que veio para ficar. No entanto, para que realmente funcione, deve ser usado com sabedoria. Então, aqui estão algumas dicas que ajudarão você a aproveitar cada Sprint.
Primeira coisa que você precisa saber: nós amamos Design Sprint. Adoramos ver como tudo evolui em apenas alguns dias, adoramos conhecer o cliente, sua empresa e sua equipe e como eles trabalham, articulam cada área, pensam e trabalham de forma estruturada na tomada de decisões.
Design Sprint
Acreditamos que o Design Sprint é essencial no início de cada projeto para validar idéias de produtos e para recursos ou desafios específicos de produtos que já existem.
Além disso, alguns de nós tiveram a chance de participar de um workshop de Jake Knapp no ano passado. Por isso decidimos que seria legal da nossa parte transmitir alguns dos principais pontos que aprendemos.
Para saber um pouco mais sobre Design Sprint, não deixe de acessar também nosso artigo: O que é Design Sprint e quando utilizá-la na concepção do seu produto.
1 – Confie no processo
O primeiro conselho que vamos dar, especialmente se é o primeiro Design Sprint que você executa, é confiar no processo. Às vezes, você pode pensar que será útil, mais rápido ou mais fácil alterar essa ou aquela etapa, mas depois de concluir todo o Design Sprint você verá como tudo se encaixa perfeitamente.
Os Sprints permitem simplificar uma ideia ou problema complexo e testá-lo rapidamente com usuários reais. O interessante de todo o processo é o feedback e para isso você precisa caminhar passo a passo dentro do processo.
2 – Equipe multidisciplinar
Jake Knapp aborda isso em seu livro. Você precisa ter o maior número possível de pontos de vista para obter resultados adequados. Você provavelmente incluirá alguém com:
- Conhecimento financeiro;
- Conhecimento de marketing;
- Representante técnico;
- Designer.
Você também precisará de especialistas no assunto com o qual está lidando e de um tomador de decisão frequentemente fornecido pelo cliente, normalmente:
- O CEO;
- Um vice-presidente;
- Llíder de equipe.
Tem que ser alguém que tem o poder de tomar decisões.
A equipe não deve consistir em mais de 7 pessoas. Se o cliente desejar incluir mais, você pode convidá-lo no início da semana da Sprint e deixá-lo atuar como especialista e participar das entrevistas.
3 – Informe os colegas de trabalho que você estará ocupado
No livro de Jake Knapp, ele estabelece como um Sprint ideal uma semana. Posteriormente e em conjunto com a agência AJSmart – recomendamos a leitura das dicas fornecidas por essa agência – eles reduziram o método para uma versão 2.0, que é feita em 4 dias. Tal procedimento otimiza o tempo gasto em alguns exercícios.
Fizemos Sprints de 4 e 3 dias (esses últimos incluíram algumas horas extras no dia da criação de protótipos). Quando o tempo está curto e é difícil afastar-se de outras reuniões e responsabilidades por cinco dias, fazê-lo em três dias pode ser difícil, mas útil.
De qualquer forma, recomendamos que todos os colegas de trabalho saibam o que você fará durante esses dias. Isso impedirá que eles o incomodem com problemas não urgentes e, por outro lado, ao fazer um Sprint de três dias, talvez seja necessário algumas mãos extras em algum momento, especialmente recrutando usuários para testar o protótipo durante o último dia do Sprint.
4 – Facilitadores alinham expectativas
O facilitador deve ser claro, explicar no que a equipe vai trabalhar e quais são as expectativas. Além disso, durante o Sprint, ele ou ela deve estar atento e garantir que ninguém seja deixado para trás ou pensando em algo que não seja o Sprint.
Muito provavelmente, as expectativas de cada membro divergirão e é fundamental garantir que todos estejam na mesma página.
5 – Os facilitadores não tomam decisões
Essa dica é curta, mas importante. Lembre-se sempre:
O facilitador não toma decisões.
O facilitador repete as decisões que foram tomadas durante toda a Design Sprint pela equipe. Não é papel do facilitador tomar decisões.
6 – Defina o humor e o espaço
A equipe da Sprint deve estar confortável e você deve evitar qualquer distração. Deve haver algo para comer e comer disponível a qualquer momento. Recomendamos lanches saudáveis para não adormecer no meio do sprint.
Além disso, é essencial ter várias placas disponíveis. Você precisa ter todas as informações que coletar escritas para que todos possam vê-las. Certa vez, fizemos um Sprint em uma sala de reuniões que precisava ser deixada exatamente como a encontramos todos os dias.
Isso significa limpar tudo no final de cada dia (pelo menos meia hora extra) e copiar tudo de volta para as placas no início de cada dia (outra meia hora). Evite isso, se possível. Finalmente, ter uma lista de músicas que define um clima de concentração será muito útil para quando você precisar executar exercícios individualmente.
E, claro, você precisa ter:
- Notas adesivas amarelas de 3 por 5;
- Marcadores de quadro preto, verde e vermelho;
- Canetas de feltro pretas;
- Papel de impressão;
- Fita;
- Adesivos de ponto pequeno e grande;
- Cronômetros.
7 – Quebre o gelo
A equipe que participa do Design Sprint precisa se dar bem para começar. Designers e desenvolvedores geralmente se conhecem. No meu caso sempre iniciamos com uma dinâmica de apresentação dos membros do time antes de iniciarmos o Sprints. Isso geralmente ajuda a quebrar o gelo com o cliente e o restante da equipe.
Mas, geralmente, você precisa de ajuda extra para se encontrar. Portanto, recomendamos que você dedique alguns minutos durante o primeiro dia de manhã fazendo alguns exercícios para que o time se conheça, acorde e segua em frente.
8 – Planeje as perguntas da entrevista
A equipe aprenderá muito com as entrevistas com especialistas, mas como é o exercício com o qual você iniciará o Design Sprint, recomendamos que você anote algumas perguntas com antecedência para ajudar a manter o ritmo durante as entrevistas.
Perguntas como as citadas abaixo certamente o ajudará a cobrir tudo o que você precisa saber.
- O que este produto faz?
- Quem o usa?
- Que problema você quer resolver?
- Onde este produto é usado?
- Se o produto existe, quem utiliza e quem utilizará no futuro?
- Como você imagina este produto em 2 anos?
9 – Evite discussões de grupo que nunca terminam
No capítulo 9, “Esboço”, Jake Knapp fala sobre por que os exercícios individuais são tão importantes e devem ser seguidos por um processo de votação e agrupamento.
Ele afirma:
Sabemos que indivíduos trabalhando sozinhos geram soluções melhores do que grupos que fazem brainstorming em voz alta”.
Jake Knapp
Tal ponto nos leva a crer que os Focus Groups dão algum feedback real ou eficaz. Existem líderes naturais que condicionam os resultados e podem impedir que outros membros comuniquem suas idéias. Durante o estágio de ideação, Jake Knapp sugere que é melhor trabalhar individualmente e criar uma galeria anônima de idéias e votação.
Também existem longos debates ao definir o objetivo de longo prazo e as Perguntas da Sprint ou o StoryBoard. Por isso, geralmente preferimos fazer com que cada membro da equipe escreva individualmente em post-its e depois vote.
Isso acelera esses exercícios, permite manter o ritmo e evitar discussões eternas.
10 – Mantenha o mapa simples
Use a estrutura que Jake Knapp mostra em seu livro. Não busque a perfeição absoluta e não se envolva em um bilhão de pequenos detalhes. Você precisa acessar o Big Picture.
11 – Não ignore o HMW
Todos esses problemas modelados como oportunidades ajudam a definir o alvo e ver onde a equipe sente o desafio. Ao organizar o HMW e colocá-lo no mapa, você obtém muitas respostas. Não são apenas notas e não devem ser esquecidas.
12 – Não faça, finja !!!
O uso da Marvel ou da Figma, plataformas online que permitem que diferentes membros da equipe trabalhem no mesmo projeto, ajuda muito e permite criar o protótipo mais rapidamente, pois todos podem trabalhar simultaneamente e ninguém precisa compilar uma versão final.
Realmente recomendamos investir algum tempo na realização de um pré-teste antes de lançar o protótipo no dia do teste.
13 – Encontre os testadores antecipadamente
Isso não está no livro, mas é altamente recomendável que você marque vários compromissos de teste antecipadamente e adicione outros, porque alguns usuários provavelmente não comparecerão à reunião, mesmo tendo confirmado e reconfirmado várias vezes.
14 – Prepare seu script de teste
Parece bastante óbvio, mas a adrenalina de terminar o protótipo e tê-lo pronto para testar pode fazer você pular esta etapa. Como qualquer teste de usabilidade, precisamos ter um script que permita testar o que precisamos testar.
Jake Knapp aconselha a montagem dos pontos-chave no fluxo nas linhas de uma grade em um quadro negro e dos usuários participantes nas colunas para que todos possam fazer anotações rapidamente e colá-las. Ao fazer isso, você entenderá os resultados rapidamente e terá facilmente os padrões do que foi feedback positivo e negativo.
Essa grade pode ser preenchida em folhas impressas, mas não é tão boa ou visual quanto o quadro-negro.
15 – Crie um espaço de teste confortável
Crie previamente uma explicação para apresentar o produto ao usuário. O facilitador e o usuário precisam estar em um espaço assim. Não é um exame e é importante dizer isso pois os usuários não devem se sentir pressionados.
Eles precisam estar relaxados. Você pode passar alguns minutos conversando um pouco para que se sintam confortáveis.
Seja uma reunião real ou virtual através do Meet ou Skype, você também precisa compartilhar sua tela com o restante da equipe da Sprint e ter a tecnologia certa (um microfone, por exemplo) para transmitir o que acontece durante o teste para outra sala onde o resto da equipe observa o teste e faz anotações.
Pedir ao usuário que pense em voz alta também é muito importante para obter feedback bruto.
Faixa de bônus
Usamos o LookBack para otimizar o teste do usuário. É uma ferramenta simples que permite transmitir o teste para o resto da equipe.
16 – Não entre em pânico, faça uma pausa
Não se assuste se o Sprint ficar desarrumado ou fora de controle. No final, você está cercado por pessoas, não máquinas. Discussões podem desencadear uma certa sensação de falta de controle levando ao pânico.
Se você sentir que nada está funcionando durante as sessões de discução, não há problema em fazer uma pausa de 15 minutos.
17 – Retro é recomendado
Quando você termina um Sprint, sente que está saindo de uma montanha-russa selvagem, está exausto, mas tão empolgado que deseja dar outro passeio imediatamente e iterar sobre a idéia. Na maioria das vezes, a iteração é necessária.
Se você puder fazer uma retrospectiva do Sprint no dia seguinte aos testes, quando todos estiverem bem descansados, certamente receberá um feedback interessante. Normalmente, finalizamos o Sprints com um breve documento que resume todo o processo:
- Mapa final;
- Objetivo de Longo Prazo;
- Perguntas da Sprint;
- Fotos da equipe trabalhando;
- Idéias que surgiram durante a Sprint.;
- Link para o (s) protótipo (s) testado (s);
- Feedback dos usuários.
Depois de ler esse feedback, você pode decidir se um novo Design Sprint é necessário ou se possui etapas suficientes para seguir e criar o produto ou adicionar um recurso.
18 – Voltar ao livro
Sempre que lemos um livro, qualquer livro, fazemos isso a partir de nosso conhecimento e visão de mundo naquele momento. Reler um livro depois de um tempo pode ser revelador.
Fizemos isso com a Sprint várias vezes e redescobrimos pontos que não havíamos percebido, descobrimos maneiras diferentes de concluir um determinado exercício.
Depois de viver o contexto que Jake Knapp descreve, você passa a ver e entender alguns pontos de uma maneira diferente.
Sprint é um livro prático, repleto de dicas sobre como realizar esse processo, prometemos relê-lo depois de fazer vários Sprints enriquecer.
Referência
- https://bit.ly/3r2OsNz
